Uns Aos Outros... Feliz 2017

O Cristianismo é uma daquelas verdades que não dá para se viver sozinho. Na contramão da religiosidade dos nossos dias, o ensino bíblico afirma que o outro não deve ser visto como sujeito consumidor, onde a massificação é o objetivo final. O cristianismo é a experiência da mutualidade, onde a coletividade cede espaço para a unidade “Pai... que eles sejam um” Jo. 1:11.

É impossível amar, acolher, saudar, cuidar, sujeitar, encorajar, perdoar, edificar, instruir, exortar, servir, suportar, hospedar, interceder, testemunhar... Sem o outro. Não existe cristianismo sem a cumplicidade do cuidado mútuo. É na experiência de “uns aos outros” que encontramos motivação e força necessárias para cumprirmos o ministério que o Senhor nos concedeu.

Em II Coríntios 2:12-13 encontramos uma declaração impressionante que relata um momento de desistência na vida do apóstolo Paulo. Ele se encontrava em Trôade, onde “O Senhor lhe abriu uma porta para a pregação do evangelho”. Mas, o destemido apóstolo que já enfrentara prisões, açoites, apedrejamento, naufrágios, calúnias, fome, sede, frio, nudez por amor à causa de Cristo (ver II Co. 11:23-28), agora afirma não ter tranqüilidade no espírito e parte sem concluir a tarefa que lhe fora designada.

O que aconteceu? A não ser a direção do Espírito Santo que em certas ocasiões o impediu de pregar o evangelho (ver At. 16:6-10). Somente a ausência do encontro pôde impedir o fiel servo de Deus a cumprir sua missão.

O encontro é a possibilidade do abraço, do ombro amigo, dos entranhados afetos de misericórdia; é a afirmativa do apoio, do andar junto; da mão amiga que se estende quando se tropeça nas armadilhas da vida. Sem o encontro, defesas se abrem, forças arrefecem, projetos fracassam.

Que nesses novos tempos sejamos encontrados ou nos deixemos encontrar. Porque há lugares mais altos, há objetivos maiores, há sonhos mais sublimes que não poderemos alcançar sozinhos. Que 2017 seja um tempo para semearmos e colhermos juntos.